"Acreditar até ao fim": as reações dos jogadores

Os jogadores do Benfica abordaram o duelo com o Chelsea, partida relativa aos oitavos de final do Campeonato do Mundo de Clubes e que terminou com um resultado de 1-4 (após prolongamento), favorável à equipa londrina. O jogo, que ditou a despedida encarnada da competição, realizou-se neste sábado, 28 de junho, no Bank of America Stadium, em Charlotte.

Otamendi, Aursnes, Tiago Gouveia e Barreiro analisaram uma partida difícil, marcada por uma interrupção prolongada (cerca de 2 horas) devido às condições climatéricas e por uma expulsão, no prolongamento, que tornou a tarefa mais difícil.

OTAMENDI

"Nunca deixámos de procurar o resultado"

"Como todas as derrotas, é complicado, difícil, triste, porque queríamos seguir em frente. Mas é futebol. Acho que tivemos oportunidades de marcar, e eles também tiveram. Com um jogador a menos é mais complicado, mas nunca deixámos de procurar o resultado, de tentar aguentar e também de marcar golos. Foi um jogo difícil, e quando eles marcaram o 2.º golo foi tudo por água abaixo. [O que faltou para conseguir a vitória] Quando ficas com um jogador a menos, tudo fica mais difícil, mas continuámos a tentar. Tivemos chances, poderíamos ter convertido, e eles também tiveram. É futebol, lamentavelmente ficámos pelo caminho. E agora é hora de descansar e tentar começar a próxima temporada da melhor maneira possível. [Paragem do jogo] O clima aqui é complicado. Estivemos uma hora e meia parados, mas foi o mesmo para ambas as equipas. Recomeçámos e tentámos procurar o resultado. Tivemos a oportunidade de poder empatar o jogo, o que foi bom. Fomos para o prolongamento, ficámos com um jogador a menos. Ainda estávamos empatados no 1.º tempo, mas eles marcaram, e tudo ficou mais difícil. [Renovação do contrato] Feliz porque estou num grande clube. Isso não era um problema, era uma questão de tempo. O meu foco era estar nesta competição. Sempre tento ser respeitoso e dar tudo de mim para ajudar a equipa a ter o melhor desempenho, tento incentivar os jogadores mais jovens. Estou muito feliz por poder continuar neste clube por mais um ano. Serei eternamente grato porque me abriram as portas do clube para que eu continuasse a competir. [Palavra para Di María] Tenho uma relação de amizade com o Ángel [Di María]. Ele é uma lenda para a Argentina e para esta instituição. A carreira dele fala por si. Como colega e amigo, obviamente sentirei falta dele. Desejo sempre o melhor para ele e para a sua família. Espero que continue a desfrutar do futebol."

AURSNES

"Queríamos ficar aqui por mais tempo"

"Acho que foi difícil quando eles fizeram o 1-2. Voltámos, depois de tanto tempo de espera no balneário, mas foi um bom sinal termos voltado. Também criámos muitas chances quando ficámos com 10 homens. Infelizmente, perdemos no final. [60.ª partida do Benfica na época] É claro que queríamos ficar aqui por mais tempo. Têm sido jogos muito exigentes aqui. Está muito quente, a humidade é diferente, e não estamos acostumados. Mas acho que é igual para todos, e lidámos bem com isso. No fim das contas, fomos eliminados. Acho que o Chelsea fez uma partida muito boa e criou muitas chances. Também tivemos algumas oportunidades, mas no fim fomos eliminados."

TIAGO GOUVEIA

"O balneário está muito triste"

"[Sentimento da equipa] Foi um dia difícil, uma noite muito difícil para nós. Estávamos muito confiantes de que conseguiríamos sair daqui com uma vitória. O balneário está triste, está desolado. Estávamos, como disse, muito confiantes, acreditámos muito que podíamos seguir em frente. Não foi possível, e não há muito a dizer neste momento. O jogo foi muito difícil, depois, com a expulsão, com a paragem, foi um misto de muitas coisas que aconteceram. Infelizmente não deu para nós. Como disse, o balneário está muito triste e desolado. [Mensagem para os 5 minutos que faltavam] A mensagem foi para acreditarmos até ao fim, porque eram 5 minutos, mais descontos, e tínhamos tudo para conseguir pelo menos um empate e levar o jogo para prolongamento, e foi o que fizemos. Veio energia fresca do banco, correu bem nesses primeiros minutos. Infelizmente tivemos uma expulsão numa disputa de bola perfeitamente normal, mas ainda não vi o lance. Acredito que seja verdade, não sei. Mandar uma palavra e também um abraço ao Prestianni, que nos pediu desculpa. Não tem de pedir desculpa, porque são coisas que acontecem, mas eu acho que, de todos, era o que estava pior. Mas não foi culpa dele, nem de perto, nem de longe, foi culpa de toda a equipa, e mandar um abraço para ele. [Interrupção prolongada] Pelo que aconteceu no jogo, acho que a paragem veio ajudar-nos, deu para a equipa descansar, para alinharmos um pouco as peças para o que íamos fazer nos últimos 5 ou 10 minutos que faltavam. Correu bem e, depois, no prolongamento, foi a história que foi, uma expulsão que nos tornou a tarefa um pouco mais difícil. Ainda tivemos oportunidades para fazer golo, mas não conseguimos fazer. Depois, o 3.º e o 4.º golos são golos que advêm de uma situação já muito anormal do jogo, connosco a tentar ir, com menos um, para a frente, um pouco mais com o coração, como é óbvio. Estávamos em desvantagem, e os golos advêm daí. [Despedida de Di María] Ao Di María, resta-nos agradecer. Cresci a ver o Di María jogar, foi um prazer enorme, nunca pensei ter um jogador como ele no mesmo balneário que eu, tive esse privilégio, uma pessoa muito humilde, um jogador incrível. Pessoalmente, vou ter muitas saudades dele, porque é uma pessoa incrível. Eu e o grupo todo, certamente. Desejar-lhe as maiores felicidades na sua vida, que vou continuar a acompanhar. Que seja muito feliz, e aqui vai ter mais um amigo que vai torcer por ele."

BARREIRO

"Tínhamos de dar tudo pelo golo, e foi isso que fizemos"

"[Análise do jogo] Difícil, difícil. Não foi a nossa melhor entrada no jogo, mas mesmo assim tentámos ficar o mais compactos possível. O adversário teve uma ou outra oportunidade. Estiveram mais na nossa área do que, se calhar, estávamos a pensar. Mesmo assim, conseguimos ficar calmos e aguentar. Depois sofremos o golo. [Paragem da partida] Com a paragem ainda ficou muito mais difícil porque, nesse momento, estávamos em busca do golo nos últimos minutos. A paragem foi chata, ter de ficar 2 horas no balneário. Sabíamos que não havia nada para perder, tínhamos de ir para dar tudo e ir procurar o golo. E foi isso que fizemos. [Emoções vividas] É muito chato ter de parar o jogo... No início foi-nos dito que era meia hora, depois prepararmo-nos para sair e mais meia hora, depois preparar para sair, e outra vez, 40 minutos, é muito chato. Uma pessoa sai completamente do jogo, é muito chato. [O golo que valeu o prolongamento] Mentalmente sabíamos que faltavam 5 minutos, mais o tempo extra, e tínhamos de ir em busca do golo, dar tudo. Não faltava muito, acreditámos e marcámos o nosso golo e, com essa confiança, também entrámos no prolongamento. [Peso da expulsão] Nós já estávamos cansados, o Chelsea também estava cansado. Durante o jogo tivemos de defender muito e, com um jogador a menos, claro que ia ser mais difícil. Mesmo assim, conseguimos ter duas ou três grandes oportunidades para marcar, mas infelizmente hoje [sábado] não deu."