Uma "folha em branco" à espera de história

Neste domingo, 29 de junho, às 19h00, no Pavilhão João Rocha, o dérbi eterno entre Benfica e Sporting tem contornos decisivos: é o jogo 5 da final do play-off da Liga Placard. A eliminatória está empatada (2-2) e o título nacional será entregue a quem conseguir resistir à pressão… e aos detalhes.

Cassiano Klein, treinador dos encarnados, sabe o que está em jogo e não procura fórmulas mágicas – aposta na essência do que foi construído ao longo da época.

"Num jogo grande como este há muitos detalhes. É um conjunto de tudo aquilo que conseguimos construir ao longo da época: muito brio, entrega, porque é um jogo no qual estamos no limite a todo o momento – emocionalmente, tecnicamente, taticamente –, e a equipa tem de conseguir lidar com essa atmosfera, ultrapassar as turbulências, porque é um jogo no qual os golos vão acontecer e temos de saber conviver com isso. Eu acredito que somos uma equipa que tem muitas hipóteses de vencer", perspetivou o técnico brasileiro, em declarações à BTV.

Ouça Cassiano Klein

Depois de quatro duelos intensos, em que a balança nunca pendeu claramente para nenhum dos lados, o treinador acredita que o equilíbrio continua a ser a marca desta final.

"Creio que os últimos duelos falam por si, mostram equilíbrio. Ao longo da Liga Placard, os seis confrontos que tivemos estão empatados. E agora é o último capítulo, e espero que consigamos alcançar o nosso objetivo", desejou.

A deslocação a casa do rival não assusta Cassiano Klein. O fator pavilhão pesa, mas não é decisivo. O foco está na capacidade de resposta do coletivo e na energia que vem de fora das quatro linhas.

"Sabemos que temos um grande adversário pela frente, mas também temos uma grande equipa, que está sedenta de conseguir este objetivo. E vamos lutar muito. Com os nossos adeptos que lá vão estar, e tantos milhares que estarão a torcer, a enviar-nos boas energias, acredito que consigamos fazer um grande jogo e que consigamos, no final, alcançar o nosso objetivo", considerou.

"Eu acredito que cada jogo é uma folha em branco. E temos de escrever a nossa história. Há estatísticas, há palpites, mas, no fundo, no fundo, é naqueles 40/50 minutos, ou nos penáltis, que vamos escrever a nossa história", prosseguiu.

Cassiano Klein não esconde que o caminho até aqui foi exigente, mas acredita que é precisamente por isso que a equipa está preparada para escrever o último capítulo com coragem e convicção.

"Vamos procurar chegar inteiros, em todos os sentidos, para entregarmos o nosso melhor, acreditando sempre que temos essa capacidade. Porque não é simples disputar toda a época e chegar agora aos últimos metros. Creio que os momentos mais difíceis já conseguimos ultrapassar, e agora são os últimos centímetros – temos de ir ao limite com a força máxima. Força máxima não é só enquanto indivíduos – claro que o individual é importante –, mas enquanto equipa", afirmou.

A resposta mental dada pela equipa no jogo anterior, sobretudo nos momentos de maior pressão, deixou sinais positivos e reforçou a confiança no trabalho realizado. Cassiano Klein reconhece esse mérito, valoriza a atitude competitiva e a forma como o grupo reagiu aos desafios, mas mantém os pés bem assentes no chão. Para o treinador do Benfica, essa demonstração de caráter foi importante, sim, mas está longe de ser suficiente num jogo decisivo, ainda por cima fora de casa e frente a um rival direto.

"Acredito que no último jogo conseguimos dar uma resposta mental, e isso foi bom. Mas também acredito que não é suficiente. Para vencermos o nosso adversário em casa dele, temos de elevar o nível, e todos estamos cientes disso. Por isso é que estes dias de preparação estão a ser muito importantes para nós", explicou.

É aos adeptos que reconhece um papel essencial ao longo da época, valorizando o apoio incondicional de quem canta, vibra e acredita até ao último segundo.

"A mensagem – e já tive outras oportunidades para dizer isto, e repito – é que eles são um exemplo para nós. Porque estão os 40/50 minutos a dar tudo, e isso é muito gratificante. Tenho muitas lembranças, desde que cheguei, dos momentos difíceis, dos bons, e eles estão sempre próximos de nós. Queremos muito retribuir com esta conquista. Queremos mesmo esta conquista, e sinto que chegamos preparados para conseguirmos fazer um grande jogo", finalizou.